São Silvestre 2012 prova histórica para os cadeirantes


O dia 31/12 é um marco para o atletismo brasileiro, pois ocorre há 88 anos a Corrida Internacional São Silvestre, prova renomada internacionalmente com vários atletas de elite e diversos desconhecidos junto a multidão de competidores que lotam a Avenida Paulista no último dia do ano.

A 88ª Edição da Corrida Internacional São Silvestre foi marcada por vários acontecimentos, a mudança do horário da prova pela organização, anteriormente acontecia no período da tarde, muitos atletas gostaram da mudança para o período matutino visto é que sofriam pelas condições climáticas e o calor reclamado pelos competidores. 

Este ano a atleta Gévelyn  participou pela primeira vez a São Silvestre, uma prova ímpar e sonho para qualquer competidor, com a ajuda de amigos, Look Cabelereiros (Jane), Clínica Nalai (Dr. José Geraldo) e da Atricor Corredores de Rua de São Bento do Sul consegui participar dessa tão renomada prova do atletismo mundial.

Logo no início da prova na Rua Major Natanael após a largada da Avenida Paulista em uma descida muito crítica para os cadeirantes, estes nesse ponto mesmo diminuindo a velocidade freando a cadeira de competição descem em alta velocidade e mesmo brecando acabam não diminuindo a velocidade, passei nesse trecho a 49,3 km/por hora, e com muito receio em capotar, perder o controle e ainda mais nessa velocidade, competidores com deficiência visual estavam passando ao lado, a frente, onde por diversas vezes "gritei" para abrir caminho temendo pela segurança de todos. Justamente nessa parte do percurso, freava com as mãos e o freio, perdi totalmente o forro do aro de propulsão da minha cadeira de corrida, sendo que o outro lado ficou pendurado, as luvas então nem se falam totalmente rasgadas pelo atrito ao segurar a roda nessa descida, sei que as luvas não são as mesmas utilizadas pelos outros competidores mas creio que se não fossem essas algo mais grave tinha acontecido. Em diversas provas com descidas como estas existem proteções com fenos ou pneus para amortecer o impacto e evitar acidentes fatais como o que aconteceu com nosso amigo de competição Israel Cruz. Mas com a graça de Deus e por passar esse apuro todo consegui completar a prova com dificuldade.
(Declaração Gévelyn)

Resultados da prova feminina para cadeirantes:
Dobradinha Catarinense
Aline dos Santos Rocha (Joaçaba/SC) – 1h21min09s 
Gevelyn Cassia Almeida (Balneário Camboriú/Itajaí/SC) – 1h29min53s 
Angelina Nascimento da Silva (Salvador/BA) – 1h40min04s

 
Nesse mesmo trecho do percurso início da prova o outro cadeirante Israel Cruz sofreu um trágico acidente, ele chocou-se contra um muro em alta velocidade onde o mesmo foi atendido por ambulâncias no local, mas veio a perder a vida instantes depois. 
 
Um descaso por parte dos organizadores da prova pois diversos cadeirantes experientes já haviam mencionado a insegurança nesse trecho e o perigo em manter esse trajeto foi preciso acontecer uma situação trágica dessa para que os cadeirantes possam ser realmente vistos na mídia da "tão famosa" São Silvestre, fatalidade, negligência.

Os amigos e familiares pedem justiça, consolo e conforto, perde-se uma grande promessa do atletismo paralímpico, um grande exemplo que buscava por um mundo melhor através da inclusão e alto rendimento no esporte para pessoas com deficiência.

Continue lendo... »